quinta-feira, 7 de junho de 2007

Prazer e Educação: O Entretenimento a favor do Ensino

Por Robson Melo

Prazer e Educação: O Entretenimento a favor do Ensino


A escola é um remédio amargo que é preciso engolir hoje a fim de se assegurar para mais tarde – um mais tarde bastante indeterminado – as alegrias prometidas. (Snyders, 1988:8).

Esta citação é, nada mais do que o retrato da imagem que a maioria do alunado tem da escola, mas a escola dita tradicional, onde prazer e conhecimento caminham para lados opostos.
Em pleno século XXI, ainda é possível registrar relatos de alunos que vêem a escola como uma verdadeira “prisão”, um espaço onde se deve esquecer a vida lá fora e mergulhar fundo apenas no mundo das letras e dos números. Um lugar onde a educação tem um discurso autoritário e que acaba por se confundir com o discurso pedagógico. Em conseqüência, a imagem deturpada a ela atribuída resiste intensamente até aos dias atuais.
Isso leva-nos a concluir que os métodos tradicionais e nem um pouco atrativos – mesmo sendo eficazes – mantêm viva a dicotomização do espaço de brincar e espaço de aprender.
Levar para a sala de aula recursos – antes vistos apenas como entretenimento – para atrair a atenção e o interesse do aluno, seria uma alternativa. A TV, por exemplo, pode ser um desses recursos, já que “só existe uma maneira de ensinar: suscitando o mais profundo interesse do estudante e, ao mesmo tempo, uma atenção viva e constante”. (Montessori, s.d.:64).
Essa seria a solução para o problema, mas deve-se observar outra questão, a seleção do conteúdo dos vídeos, filmes, programas, etc, que serão utilizados como recursos didáticos. A preocupação se deve pelo fato de, mesmo na TV, o aluno gostar mais de certo programa do que de outro, assim como na escola gostar mais de uma aula do que de outra. Isso requer um conhecimento da realidade do estudante, uma realidade que além de ser empírica, é sonhada, idealizada, aspirada, desejada,..., reconhecendo assim, a dimensão simbólica da realidade desse estudante. A partir daí pode-se construir um discurso pedagógico sedutor, comparando-se com as estratégias de marketing realizado pelos meios de comunicação de massa.
A preocupação com essa seleção desses recursos televisivos para trabalhar em sala de aula, faz a diferença no que diz respeito à aceitação do alunado, já que existem também programas educativos que se aproximam das práticas de linguagem da escola. Como por exemplo: um vídeo que ensine/eduque de forma descontraída, que esses conhecimentos sejam repassados, mas como um pano de fundo de uma história que é contada nele, consegue educar de forma prazerosa. Desse modo, o discurso pedagógico não se torna autoritário como o da escola. E é justamente esta seleção feita pelo professor que pode dar à aula esse ambiente prazeroso. Ao professor cabe também a função de mediador, que estará sempre entre o aluno e o meio de comunicação.
Espera-se que a escola não seja sinônimo de prisão e não caminhe cada vez mais pra longe do prazer. Professores e alunos devem educar e aprender juntos, conservando e/ou transformando comportamentos e consciências.

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